Quem é o empresário de Brasília investigado pela PF por superfaturamento na venda de ventiladores pulmonares em SP

Basile George Pantazis é sócio de pelo menos 12 empresas no país. Em 2015, ele destruiu um carro avaliado em R$ 500 mil após bater em poste de iluminação no Lago Sul.

O empresário do Distrito Federal Basile George Pantazis é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta terça-feira (22), para apurar o superfaturamento, de R$ 63 milhões, na venda de ventiladores pulmonares para o governo de São Paulo durante a pandemia de coronavírus. Foram apreendidos computadores, celulares e documentos do empresário e das empresas dele.

Segundo dados da Receita Federal, Pantazis é dono de, pelo menos, 12 empresas no país. Em 2015, ele chamou a atenção após destruir um Ford GT contra um poste de iluminação pública, na QI 11 do Lago Sul.

O modelo esportivo importado, fabricado em 2006, tem poucas unidades no mundo e um valor declarado de R$ 520 mil, segundo o sistema de consulta das forças de segurança do DF. O empresário não se feriu.

Em 2020, Basile Pantazis e o irmão, Alexandre Pantazis, foram denunciados em uma operação que apura fraudes no credenciamento de empresas pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Segundo o Ministério Público do Paraná, a empresa Infosolo teria lucrado R$ 80 milhões com contratos superfaturados.

Na época, a defesa dos réus informou que nenhum ato ilegal foi realizado no processo de credenciamento.

As buscas feitas pela Polícia Federal nesta terça-feira foram nas empresas Moraex Plus Assessoria em Cobrança Empresarial Ltda e a Hichens Harrison, esta última com sede nos Estados Unidos.

Em 2020, durante a CPI das quarteirizações que investigou a compra dos ventiladores pulmonares, Basile Pantazis era participante da negociação como intermediário entre Governo do Estado de São Paulo e a empresa Hichens Harrisson, que seria responsável pela entrega de 3 mil ventiladores de fabricantes chineses, em caráter emergencial.

Entretanto, a empresa não cumpriu os prazos iniciais estipulados e houve atraso na entrega. Os problemas resultaram em uma renegociação para a entrega de 1.280 respiradores, menos da metade do previsto inicialmente, pelo valor equivalente que já havia sido antecipado.

O advogado Daniel Gerber, que representa o empresário Basile George Pantazis, afirmou que “todo o procedimento na aquisição dos respiradores por parte do Governo do Estado de São Paulo e em relação ao seu cliente foi exaustivamente analisado pelo Ministério Público Estadual e pela Corregedoria do Estado de São Paulo. A conclusão foi pela completa regularidade da aquisição dos equipamentos”.

Em nota, a Secretaria da Saúde de São Paulo informou que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento e irá colaborar com as investigações. No texto, a pasta condenou o que considera “espetacularização da ação”. “A compra dos respiradores foi essencial no início da pandemia e fundamental para salvar vidas, em um momento de inércia do Governo Federal”, diz a secretaria.

By Ellba Dark

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