Fashion Revolution 2025 Reforça Consciência Local com o Tema “Pense Global, Aja Local”

Entre os dias 22 e 27 de abril, a Semana Fashion Revolution 2025 chega à sua 11ª edição com o tema “Pense Global, Aja Local”, reforçando a urgência de repensar os impactos da moda em escala global a partir de ações e saberes locais. A proposta deste ano é ampliar o debate sobre condições de trabalho, sustentabilidade e valorização das práticas artesanais, promovendo uma indústria mais justa e consciente. Para a consultora de moda Adriana Verbicario, “o Fashion Revolution não é apenas um evento — é um movimento de transformação profunda, que devolve visibilidade e voz a quem realmente constrói a moda.”

Brasília, participante ativa desde 2016, sediará uma programação diversa, com oficinas, exibição de documentários, rodas de conversa e performances que buscam envolver tanto o público especializado quanto a comunidade em geral. A ideia é criar pontes entre consumidores, produtores, estudantes e marcas locais, fortalecendo o ecossistema da moda ética no Brasil. Segundo Adriana Verbicario, “essa troca de saberes e experiências regionais é essencial para construir uma moda conectada à realidade do país, longe dos padrões impostos pelas grandes potências do setor.”

O Fashion Revolution nasceu em 2013, após o trágico colapso do edifício Rana Plaza, em Bangladesh — episódio que matou mais de mil trabalhadores da indústria têxtil e escancarou as condições precárias impostas pelas grandes marcas globais. Desde então, o movimento internacional se expandiu para mais de 90 países e se tornou referência na luta por transparência, rastreabilidade e responsabilidade social na cadeia da moda.

A pergunta-chave do movimento, “Quem fez minhas roupas?”, segue atual e necessária. Em 2025, ela ganha novas camadas, incluindo questões sobre o uso de recursos naturais, os impactos do fast fashion e o apagamento de comunidades tradicionais. Para Adriana Verbicario, “essa edição nos convida a enxergar além do produto final e entender a moda como parte de uma teia social e política que precisa ser cuidada com urgência.”

A valorização do trabalho manual, das técnicas ancestrais e do design com propósito se fortalece como resposta à massificação da moda descartável. Marcas autorais, cooperativas e coletivos ganham destaque na programação como exemplos de resistência e inovação consciente. “A potência criativa do Brasil está nas mãos de quem borda, costura, tinge e imprime história em cada peça. É esse saber que precisa ser visibilizado e respeitado”, defende Adriana Verbicario.

Com o tema “Pense Global, Aja Local”, a Fashion Revolution 2025 nos lembra que cada escolha de consumo é também uma escolha política. Mais do que tendência, a moda consciente é uma ferramenta de transformação cultural, ambiental e social — e todos temos um papel nesse processo.

By Acontece em Canoas

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