Escultura da época das Missões Jesuíticas é restaurada e exposta em museu de Santo Ângelo


Peça, um anjo de 60 centímetros, estava guardada no acervo do museu, pintada e com os braços soltos. Pesquisador afirma que obra de arte foi feita há 300 anos. Anjo missioneiro foi levado ao museu
Everson Dornelles
Um exemplar da arte missioneira, que estava resguardado no acervo do Museu Municipal Dr. José Olavo Machado, de Santo Ângelo, no Noroeste do RS, foi restaurado e pode ser visitado no local. Um anjo barroco, esculpido há mais de 300 anos por integrantes das Missões Jesuíticas, retornou ao museu e recebe visitantes a partir desta quinta-feira (5).
“É um anjo querubim no lugar onde tem que estar, na capital dos anjos, em Santo Ângelo, a Cidade dos Anjos”, declarou o professor e pesquisador Edison Hüttner, que encontrou a peça no acervo do museu e realizou o restauro, em Porto Alegre.
O anjo barroco missioneiro estava fora de exposição, pintado com tinta preta e prateada e com os braços soltos. Durante visita ao museu, Hüttner percebeu que a obra se tratava de um objeto raro.
Anjo foi encontrado sem os braços e pintado com tinta
Edison Hüttner
Em setembro deste ano, o museu oficializou o anjo para iniciar o processo de restauro. O Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUC-RS, coordenado por Hüttner, realizou o processo de pesquisa e reconstituição do anjo o mais próximo possível de suas características originais.
O professor conseguiu uma cópia do parecer técnico do histórico do anjo, emitido pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), dando conta de que a peça pertencia a Maria de Fátima Moura, que morava em Santa Tecla, região que fica entre Jóia e Tupanciretã, desde 1896.
Segundo as pesquisas, foi ela quem doou o anjo ao museu de Santo Ângelo, quando se mudou para a cidade.
Peça foi restaurada de acordo com as características originais
Divulgação
Características da obra
Estilo: Barroco Missioneiro
Madeira esculpida policromada
Altura: 60 cm
Largura: 47 cm
Peso: 5,2 kg
Anjo barroco missioneiro poderá ser visitado no museu pelo público a partir desta quinta-feira (5)
Everson Dornelles
Restauro
O restauro teve participação de Cláudio Lopes Preza Junior, doutorando do curso de pós-graduação em história, e da artista plástica Carla Rigotti.
“O processo de restauração iniciou-se com uma análise da peça, fazendo pequenos testes de retirada da tinta, levando em conta as necessidades específicas da imagem. Conforme vimos, a peça continha camadas espessas de tinta sintética prateada, estava craquelada e continha uma concentração de gesso entre a tinta e a madeira”, explica ela.
Os restauradores utilizaram removedor de tinta pastoso, que não danifica a peça. Os braços soltos foram fixados com cola específica para madeira.
A finalização foi com goma laca dissolvida em álcool. Para evitar a contaminação de bactérias ou vírus, a peça passou por um processo de aplicação de luz ultravioleta.
Processo de restauro contou com aplicação de raios ultravioletas para descontaminação da peça centenária
Edison Hüttner

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By Ellba Dark

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