Grupo de pesquisadores da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre identificou modelos moleculares resultantes de infeção pelo Sars-Cov-2 que favorecem a ocorrência de quadro de hipertensão durante a gravidez. Pesquisa no RS encontrou alterações moleculares que favorecem quadro de pré-eclâmpsia, que arrisca a gestação
Divulgação/Johannes Jander
A infecção pelo Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19, pode causar alterações moleculares arriscadas para mulheres durante o período de gravidez.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) descobriu pelo menos 30 marcadores moleculares que indicam as modificações.
O impacto do vírus está relacionado ao quadro de hipertensão durante a gravidez, também chamado de pré-eclâmpsia.
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“A pré-eclampsia é uma das doenças mais frequentes [na gestação], pode causar morte e aborto. A Covid-19 impacta de maneira diferencial”, observa o professor Walter Beys da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular. Ele coordena o estudo, junto com Markus Berger, do Centro de Pesquisa Experimental do HCPA e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Ginecologia e Obstetrícia.
A infecção por Sars-Cov-2 tem sido associada a quadros vasculares, como a trombose e a hipertensão. “A hipertensão gestacional era uma coisa de se esperar”, comenta o professor.
O grupo estuda agora a possibilidade de testes, para evitar casos específicos. “A grande lição que a gente pode tomar é ratificar que a gente tem que proteger mais esse grupo. A gestação já altera toda a fisiologia da mulher e o círculo social. Problemas durante a gestação tem um impacto”, reflete.
As descobertas do grupo foram publicadas, no último dia 1º, na revista científica Biochimica et Biophysica Acta – Molecular Basis of Disease.
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